Filosofia

O Ensino de Filosofia apresenta algumas dificuldades, como o pouco tempo destinado às aulas, condições econômicas e despreparo do professor.

  1. 7 dicas de como utilizar filmes como recurso didático

    É comum o uso de filmes como recurso didático. No entanto, isso apresenta alguns desafios que podem ser contornados com uma boa metodologia.

  2. 7 Filmes para debater a morte nas aulas de Filosofia

    A morte é um tema caro à filosofia. Diversas abordagens podem ser feitas, desde a atomista à existencialista. Sugerimos sete (7) filmes para debater a morte.

  3. A realização de uma mostra cultural para “O dia do Índio”

    Ainda temos em nosso imaginário muitos estereótipos a respeito dos indígenas. Contra isso, podemos realizar uma mostra cultural no Dia do Índio.

  4. Dez formas de usar o Instagram nas aulas de Filosofia

    Apresentamos dez formas de usar o Instagram, rede social popular entre os jovens, nas aulas de Filosofia.

  5. Imagem e Ação na aula de Filosofia

    Para fixar conceitos estudados em aula, propomos a atividade “Imagem e Ação”.

  6. Interclasse Filosófico

    Sugerimos uma atividade integradora entre as turmas: um jogo instigante de perguntas e respostas que chamamos de Interclasse Filosófico.

  7. Metodologia para trabalhar filmes sobre política

    A importância do tema “política” ainda não é percebida por muitos estudantes. Apresentamos uma metodologia para trabalhar filmes sobre política.

  8. O debate como estratégia de ensino para “O dia do Índio”

    Apesar da Lei 11.645/08, ainda temos dúvidas a respeito de como trabalhar o Dia do Índio nas aulas de Filosofia. Apresentamos o debate como estratégia.

  9. O Jornal Escolar como proposta de ensino para “O dia do Índio”

    A escola, ao comemorar o Dia do Índio, acaba tornando-se um cenário de repetição de estereótipos, por isso apresentamos uma proposta de ensino diferenciada para essa comemoração.

  10. O uso do Storify como recurso didático

    O Storify, apesar de não ser tão popular quanto o Facebok e o Twitter, pode ser um excelente recurso didático.

  11. Quatro formas de usar o Facebook na aula de Filosofia

    O Facebook pode ser um grande aliado dos professores na aula de Filosofia por apresentar recursos que podem ser utilizados para o acompanhamento dos estudantes.

  12. Quatro metodologias para trabalhar o tema “Fé e razão”

    Apresentamos quatro metodologias para trabalhar o tema “fé e razão” nas aulas de filosofia como forma de fixar o conteúdo e incentivar a tolerância.

  13. Sete formas de usar o twitter na aula de Filosofia

    As redes sociais oferecem recursos que podem ser preciosos na estratégia de ensino. Apresentamos sete formas de usar o Twitter na aula de Filosofia.

  14. Sugestões para aulas de Filosofia: espaços para a construção do conhecimento

    As sugestões para aulas de Filosofia que serão propostas neste texto devem ser realizadas em um espaço da cidade propício à reflexão sobre determinado tema.

  15. Sugestões para trabalhar Filosofia da Ciência em sala de aula

    Apesar da resistência que os temas que envolvem a Filosofia da Ciência pode suscitar em sala de aula, é possível vencê-la com recursos didáticos, como filmes e exposições.

  16. Três sugestões para a avaliação de Filosofia

    A avaliação de Filosofia é um ponto delicado para os professores. Apresentamos três sugestões de como fazer uma avaliação integrada ao processo de aprendizagem.

Os professores enfrentam muitas dificuldades ao pensarem estratégias de ensino de Filosofia
Os professores enfrentam muitas dificuldades ao pensarem estratégias de ensino de Filosofia

Muitas vezes nós, professores de Filosofia, queremos diversificar nossas abordagens de ensino, mas não fazemos por uma série de condições adversas.

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A primeira delas é o curto tempo que temos para ministrar o nosso conteúdo. Na maior parte das escolas brasileiras, só há uma aula de Filosofia por semana e o tempo dedicado a ela raramente ultrapassa os 50 minutos, com exceção de algumas escolas particulares e de alguns Institutos Federais. Outra dificuldade que enfrentamos é a falta de recursos para a realização de atividades. Isso se agrava quando as condições econômicas dos nossos alunos não são o suficiente nem para uma alimentação diária de qualidade, ainda mais para adquirir materiais.

Também enfrentamos a falta de interesse dos alunos. Muitos pensam que Filosofia é um “conteúdo de menor importância” e priorizam os conteúdos mais cobrados nos vestibulares. Há também aqueles alunos que são trabalhadores e não dispõem de tempo para a realização de atividades em casa e, em sala de aula, têm os ânimos comprometidos pelo cansaço.

Uma dificuldade é imposta pela própria “natureza” da Filosofia e da abordagem comumente adotada pelos livros didáticos. O estudo de Filosofia ainda depende de leitura – e de uma leitura que apresenta um nível de dificuldade que pode fazer com que os alunos considerem-na desinteressante. Despertar um aluno de Ensino Médio para o prazer de se estudar algo que, à primeira vista, é cansativo, “pesado” e inútil requer grande empenho dos professores. Ainda disputamos a atenção dos alunos com uma série de estímulos – redes sociais, cinema, música, séries e jogos on-line, por exemplo –, atividades muito mais atrativas do que a leitura de um texto clássico.

Uma das maiores dificuldades é a falta de preparo didático com a qual saímos, muitas vezes, de nossas licenciaturas. Mesmo que tenhamos a oportunidade de realizar estágios durante a graduação, quando vamos para a sala de aula é que temos a real noção do que é estar à frente de um processo de ensino. Não há uma fórmula mágica para tornar-se um bom professor, cada turma – ou melhor, cada aluno – é um desafio novo que precisamos enfrentar com coragem e disposição. Conhecer o conteúdo que vamos ministrar é o pressuposto básico de uma boa aula, mas acumular conhecimento não nos garante que saibamos transmiti-lo. É preciso estar atento às produções acadêmicas a respeito do ensino de Filosofia para que coloquemos nossa prática docente em perspectiva e tentemos aperfeiçoá-la. Leva tempo – e o passar do tempo também não é garantia de excelência didática. Precisamos refletir continuamente sobre a forma como ensinamos ou o tempo decorrido servirá apenas para cristalizar maus hábitos.

No entanto, não temos a “obrigação” de fazer com que nossas aulas sejam sempre inovadoras, nem de simular que somos animadores de programas de auditório. O método expositivo e a leitura em conjunto de textos clássicos são ferramentas muito eficazes para o estudo de Filosofia. Além disso, alguns conteúdos, mais densos, não nos proporcionam muitas possibilidades didáticas. E tudo bem que seja assim. É importante que os estudantes consigam construir, no decorrer do Ensino Médio, um conhecimento básico a respeito dos principais temas filosóficos e possam, também, valer-se daquilo que foi aprendido para dar uma base sólida aos seus pensamentos. Isso não nos exime da responsabilidade de tentar nos fazer compreendidos: ensino é, fundamentalmente, comunicação. Se não estamos nos comunicando de maneira eficaz com os nossos alunos, o processo está comprometido.

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Se a exposição do conteúdo muitas vezes não nos permite grandes inovações, a avaliação pode ser mais atrativa. Para isso, precisamos considerá-la como uma etapa da construção do conhecimento e despi-la do caráter punitivo com o qual tem sido revestida desde a chegada dos Jesuítas no Brasil. O momento de avaliação é um momento oportuno para que vejamos as falhas das estratégias de ensino que adotamos e os objetivos que não foram totalmente alcançados. Punir os alunos porque não compreenderam bem um conteúdo ou porque não realizaram bem uma atividade, como se apenas eles fossem os responsáveis pelo processo de aprendizado, sem diagnosticar as causas que levaram a isso, não nos ajuda a promover uma mudança de comportamento mais profunda e que tenha um real impacto positivo.

Uma atividade avaliativa por aula, por mais simples que seja, permite-nos fazer esse acompanhamento e reformular as estratégias de ensino antes que seja “tarde demais”, antes que não nos reste nada a fazer além de atribuir uma nota baixa e torcer para que o aluno, em um passe de mágica, recupere-se no bimestre seguinte.

Aqui, nós vamos sugerir métodos avaliativos e métodos de transmissão de conteúdo que talvez não sejam viáveis para a realidade escolar de todos os professores. Tentamos, no entanto, sugerir atividades que sejam de fácil implementação e que não necessitem de muitos recursos. Cada professor, como maior conhecedor de suas turmas, é a pessoa mais indicada para pensar em métodos e avaliações para as suas aulas. Esperamos que os professores e as professoras possam inspirar-se naquilo que apresentamos e possam desenvolver suas próprias atividades, fazendo as alterações necessárias às suas realidades.


Por Wigvan Pereira
Graduado em Filosofia