O Império Romano e o cristianismo

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O documento que liberou o cristianismo abre caminho para outras discussões sobre o tema.
O documento que liberou o cristianismo abre caminho para outras discussões sobre o tema.

Discutir o passado exige uma compreensão dos fatos que não pode ser limitada ao âmbito de somente aquilo que está escrito nos livros. Na qualidade de matéria interpretativa e reflexiva, a História dever ser o resultado da ação daqueles que se deparam com ela. Na prática, isso significar dizer que os professores devem considerar os conteúdos históricos desenvolvendo amplas possibilidades para a crítica e leitura das turmas que estão sob a sua responsabilidade.

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Em História Antiga, podemos ver que esse tipo de demanda se amplia ainda mais, pois muitos alunos não se interessam pelo estudo desse período. Criando uma hierarquia errônea sobre o passado, alguns acreditam que o estudo da Antiguidade é aquele que menos tem a ver com as características do mundo atual. Sendo assim, precisamos criar com maior regularidade situações em que o aluno se transforme em agente principal dessa interpretação do passado.

Tomando a expansão do cristianismo como referência, oferecemos aqui a consideração de um documento no qual o Império Romano estabeleceu o fim da perseguição aos cristãos nos territórios controlados por Roma. No popular Edito de Milão é onde reconhecemos o primeiro passo dado para que o cristianismo viesse a ser posteriormente considerado como a religião oficial do governo romano. Partindo dessa pressuposição é possível montar uma interessante atividade sobre o tema.

Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os nossos súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais favores. (Édito de Milão)

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Em um primeiro momento, os alunos podem ser convidados a levantarem breves informações sobre os autores do documento: Constantino Augusto e Licínio Augusto. Por meio dessa questão inicial, podemos identificar quais autoridades tiveram o poder de permitir que o cristianismo viesse a ser oficializado e qual a relação pregressa desses sujeitos com a religião a ser considerada. Feita essa primeira investigação, a aula pode ser conduzida por outras questões ainda ligadas ao tema.

Caso ache interessante, o professor pode usar outros documentos ou solicitar uma pesquisa, para a formação de um quadro mais amplo sobre a história do cristianismo na Roma Antiga. Para isso, organize um roteiro de questões abordando a situação do cristianismo antes da promulgação do referido documento e quais foram as outras conquistas que essa religião alcançou após a oficialização do mesmo. Desse modo, os alunos participam diretamente das várias etapas que envolvem o ofício do historiador.

Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola